quinta-feira, 30 de abril de 2009

A verdadeira poesia

A verdadeira poesia
Não está nos calhamaços de folhas escritas
Nem num mundo complexo de palavras emaranhadas
A verdadeira poesia
É feita de atos
Sendo assim,
És poeta
Me deixa ser tua poesia...


VARCELLY

terça-feira, 28 de abril de 2009

Samba

Quando canto samba
a alegria me escorre pelo sorriso
o amor me adentra a alma
o corpo passa a vibrar com a batucada

E se canto a tristeza
tristeza da cuíca que sangra ao chorar
choro com um sorriso de quem sabe
que a dor faz parte do amor


Tortura que se ameniza e se extingue
se no verso seguinte
outro sorriso me consome mais que a dor


VARCELLY

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ícaro não.Victor




Hoje sonhei que voava!

Primeiro estava num carro próximo ao centro administrativo com minha tia dirigindo,em seguida descia do carro em pleno movimento e começava a correr tentando entrar no carro de novo.Louco não?Concordo.

Enfim,o carro passava de mim e ia embora.Nesse momento eu pensei sei pra onde ela está indo vou voando.Concentrei-me e senti o deslocamento de ar do meu lado.No segundo seguinte eu tinha abandonado o chão.Ao olhar pra minha sombra ainda no chão vi algo,como se alguém me carregasse.No entanto,logo isso mudou e eu estava a voar sozinho e esquecia por completo minha sombra.Foi como se eu fosse um planador,que necessita de um avião forte e experiente para decolar e em seguida desliza solitário e suave pelo ar sem mestres.

E assim como digo foi.No meu vôo solitário eu podia parar quando quisesse e admirar a paisagem,voar rente ao chão em alta velocidade,cheguei a passar por debaixo de um caminhão e ao sair dei uma guinada asfixiante em direção ao céu imenso.

Não pude ver minhas asas.As que vi na sombra eram as do meu guia.Mas as senti batendo do meu lado,o ar se revolvendo em muinhos,a propulsão que elas me davam,o prazer de controlar totalmente o meu corpo e as direção pelas quais queria ir,todas as vias eram possíveis nada me impedia a não ser minha vontade.

Consegui ver duas pessoas?Dois estágios?Meu carro foi embora,tirei os pés do chão,ganhei asas.Adeus concretude absoluta!Eu piso no chão agora quando eu quiser não sou mais preso a ele.

Se eu tivesse visto minhas asas seria apenas mais um sonho de super-herói que todos tem,não uma metáfora pela qual estou muito feliz de está passando.


VARCELLY

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Mais um erro da previsão do tempo

Acordei
Conflituoso e ainda com calor
Acalmei os pensamentos com sabão
Cantarolando leves melodias que tocavam no rádio
Passei o dia organizando os arquivos de pensamentos
Verificando possibilidades,chances e opções
Ponderando as condições de terreno e clima
Por fim a noite parecia boa

Atrevidamente
Saquei do guarda-roupa meu terno de vidro
O coloquei cuidadosamente sobre a cama ainda no entardecer
Lustrei e separei meus sapatos
Tirei do baú o sorriso que tinha o seu nome
E dentre os melhores escolhi o perfeito pra você
Banhei-me com teu perfume
Enfim...saí

Cheguei
Nos encontramos logo no primeiro momento
Mostrei tudo o que tinha produzido
As relíquias que tinha garimpado
Dentre elas a pepita mais rara
Meu coração havia retornado

No entanto, você sumiu
E pouco tempo depois
Pressenti uma má vibração
Um vento frio oriundo das minhas costas me atingiu
Desconcertado-me,pois estava equilibrava em cima de fraca estrutura,
Apesar de esperançosa ,
Rodopiei
Meu terno foi o primeiro a bater no chão
Cacos de vidro e possíveis boas novas voaram a quilômetros
Desprevinido não tive oportunidade de por as mãos em proteção ao rosto
Beijei o chão frio
O meu seu sorriso foi desfeito
Varri-me para casa


VARCELLY

terça-feira, 21 de abril de 2009

A mesma paixão as mesmas pessoas.

Tadeu sempre se apaixonava pela mesma pessoa.Interessante ver isso.Veja você que ele acabou de descobrir isso!

Desde os seus 20 anos até os 26 foi um típico namorador,leve essa palavra ao pé da letra realmente.O que acontecia?Namorava com alguma garota,deixando claro que todas são hoje grandes amigas e pessoas muito especiais pra nosso querido protagonista,terminava o namoro e a próxima garota que ficava já era grande candidata a ser uma nova amada.Como era possível se apaixonar de novo tão rápido?Só existe uma explicação,ele namorava a mesma pessoa.

Sei que a primeira vista isso pode parecer grotesco,entretanto não o vejo assim.Deixe-me explicar e defender nosso amigo.Ele era uma pessoa extremamente fechada para algumas coisas,o que resultou posteriormente no seu vício de escrever,e para outras receptivo mais que o normal.Carinhoso até de baixo de bala,meigo,sincero e algumas outras coisas.E falo assim dele com conhecimento de causa já que sou o narrador onisciente dele.

O que acontecia então?Ele chegava de surpresa,já que seria suponhamos a primeira vez que ficava com a menina, e lançava tudo isso na direção dela.Ela com isso permitia a quebrava de todas as barreiras contra paixões súbitas e...se moldava ao tipo de pessoa que continuava a paixão de Tadeu.Ou seja,ela se enformava,umas mais outras menos é verdade,todavia o suficiente pra o prender e para criar um relacionamento durável.

É lógico que nem todas elas foram as primeiras que ele teve algo depois de um relacionamento,mas analisando o macro é possível levantar essa hipótese.
Pobre Tadeu morreu de amor!


VARCELLY


Reforma

Reforma a começar
Um martelo desferi o golpe
Dum...
O reboco salta, fratura-se e cai
Tijolos prontificam-se à segunda investida
Dumm...
Dessa vez,
Quebra-se o eixo de sustentação
Desmoronam-se os demais constituintes

Chegam os novos e futuros condôminos
As casas se amontoam cercadas por cinzas ruas
O envoltório do prédio é branco e espesso
Inicialmente acoplado a extensa faixa de madeira

Ao fim de tudo...
Ainda é possível ver um defeito
A nova parede é detentora de uma fenda,
É como se a outra construção ainda estivesse espiritualmente ali,
Inofensiva e irrelevante para motivar nova demolição
Todavia, suficiente para deixar escapar claves
Harmonias, aromas doces...
E aquele pequeno ser se transfigura
Expandi-se, força, trinca a nova estrutura

Janela
O fluxo, já contínuo, luta para se perpetuar
Agora são visíveis campos, praias, paisagens, mar
Tric...Tra

Porta
Repentinamente chutamos o trinco
E numa arrancada saudosista
Adentramos o lugar

Não há nada depois da porta
São apenas sombrios cenários
Perdidos nos olhos de minha escuridão


VARCELLY

sábado, 18 de abril de 2009

O amor das gotículas e das rosas

Rosa morena
pela vertigem escondida
vestida de pétalas
em meus amores
completamente despida

Ofuscando todo o universo do jardim
as suas delgadas camadas
confundiam-se com as linhas
complexas e poéticas do raciocínio meu


Condensei-me em extremidades tuas pela manhã
deixando suavizar o árduo ferir do dia
tendo aproveitado toda a noite fria a desabar
a qual se faz inóspita e austera terra quando fora de ti

Tão fusionados e compulsivos
ignoramos a sublimação furtiva do luar
Perdemos a luta
e não ofuscamos o astro rei com nossa duplicidade de plexo solar

A pétala ressecada
lança-me em teu entardecer
degenerando quando te vejo, triste a sofrer
Deus se vinga
elevando-me quando deveria cair
afasta abruptamente os amantes
numa repentina mudança de estado

Anseio novamente o amor
vulcânico do teu corpo
entornando-me em teu suave pranto
trazido por nosso adeus


VARCELLY

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O poema

É vivo
Todo ele tem uma história
Infelizmente, alguns morrem sem completá-la

Primeiramente, ele nasce como a chegada do auto-socorro
Dem, dem, dem
Numa conversa intermediada pela tinta
Tu contas ao teu interessado amigo
Todo um universo que te corrói
Almejando arrancar esse furor do peito

Em seguida, tem-se o tempo de amadurecimento
Um erro nesse instante pode ser fatal
É necessário aguardar a recíproca chegar
Enquanto isso, o pedido permanece em dormência
Aguardando as chuvas geradoras da primavera

Todo poema em seu âmago
Guarda um pedido
Pedido de saciar um desejo
Desejo de um abraço...de vingança
Ou do amor daquele asfixiante olhar

Hoje?!
É dia de luto
Um poema morreu


VARCELLY

terça-feira, 14 de abril de 2009

Foi assim

...e assim foi!
Em um segundo partiste
Anos esfumaçaram-se,
com o vento foram fugindo de mim
O ar solenemente tornou-se rarefeito

Passei anos perdidos
ainda a te aguardar
Olhando perdidamente
minha vida se esvair
meu cenho a sulcar

Então,renasci!
Criei novas flores,
reorganizei o jardim
desisti de aguardar
por amores passadios como o teu
e de viver por ti

Fui a novos lugares,
mergulhei em novas paisagens,
envolvi-me nas miragens
Voltei a amar das profundezas de mim

Senti nessa vívida fração temporal
o chão sumir de minha vida
Cheguei a observar uma festa angelical,
alguns querubins perdidos nas províncias do céu

Vi novos ângulos e modificações
O ar das alturas não era mais hostil enfim
Era agora nada mais que um incentivo
a respirar

Pegar fôlego pra revirar e desandar
nesse novo universo nascente
onde os campos não tinham fim
onde meu sorriso exacerbado não ofuscava ninguém

Tua partida trouxe-me qualidades
Percebi as importantes brisas que deixei
passar quando junto a ti.
Vi que sozinho
não se pode ser quando se tem amigos-montes
que se escala ao viver

Aprendi a abrir novas frestas
sobre as máscaras escuras iguais a tua
que não serás a primeira nem última
que muitas vezes serei eu quem vai partir


VARCELLY

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Um dia banalizei o amor

Acordei no meio de uma semana e percebi que havia passado a nomear diversas pessoas como “amor”.Muitas vezes tinha usado outras palavras para me referir a mulheres ou amigas como “linda”,”paixão” e etc.Entretanto,não aconteceu com nenhum desses termos o que aconteceu com amor.

A primeira vista achei que meu conceito de amor havia se expandido e agora abrangia grande parcela de minha vida.Considerei que tinha descoberto outra forma de amor,um que era muito menos “escravizante”,e aqui não me entenda mal.Porém,estava enganado em achar que isso era uma conclusão final.

O que realmente ocorreu foi que desconstruir a minha concepção tão forte e bela de amor.Não o fiz por querer...apenas aconteceu.Esse conceito esfacelado atualmente era a base de todo um ser amável,perdoe a aparente redundância,mas não há outras palavras para descrever.Ela mantinha viva minha chama das paixões,que me destronavam a razão e me transformavam num peito.

Hoje,não amo ninguém de forma “intensa” ,assim direi,não pela falta de pessoas interessante,pois essas existem,mas apenas pelo fato de desconhecer esse sentimento.O amor não passa de um termo agradável para nomear minha amigas e que pode se tornar levemante engraçado quando se dá certa relevância ao R.E esse definitivamente não é seu sentido mais devastador e estimulante.

Ou seja,o meu antigo amar está enterrado no meu livro de histórias,agora só me resta esperar uma chance de aprender uma nova definição para um querido termo antigo.


VARCELLY