quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Medo

Estou em cima da montanha, açoitado por ventos fortes e frios. O ponto onde me mantenho é frágil, as rachaduras presentes por todos os lados parecem tentar me avisar o quão perigosa pode vir a ser minha permanência nessa local. Contrariando todos os avisos naturais, instintivos e de terceiros, permaneço.

Isso me assusta! Não tenho tanto medo de que o barranco venha a cair juntamente comigo! Tenho medo da minha postura em sabendo dessa iminente possibilidade. O fruto da árvore, encontrada na ponta do barranco, é desconhecido e o seu sabor é uma incógnita, assim como sua textura. A ponta do barranco é tão instável a ponto de oscilar com o vento, permitindo a árvore se esquivar de minhas investidas.

O fruto tem pele lisa e brilhosa, transparecendo saúde. A sua forma é repleta de irregularidades naturais, ampliando ainda mais sua beleza, uma vez que o tornam único. A maneira como se balança ao bel prazer do vento mais parece uma obra de ballet, repleta de giros e suavidade. Não existem folhas em volta dele, como se a árvore o quisesse destacar, impedindo qualquer outra beleza, mesmo distante, de ofuscá-lo.

Agora me parece ser um bom momento, a brisa havia parado quando pensei nisso. Estava a exatos dois passos do galho mantenedor. Só era possível avançar mais um passo, pois o segundo, já o tinha testado, abalava seriamente a estrutura do rochedo. Duas respirações profundas e um impulso suficiente apenas para permitir um alongamento máximo do corpo, estico o braço, por entre meus dedos posso ver a forma do fruto encaixando perfeitamente em minha mão. O vento volta e o balança.

Não tenho mais como voltar. Estou com os dois pés juntos e o corpo totalmente projetado a frente. A idéia de como sairia dali depois de conseguir o feito fora ignorada. A dúvida, se um novo passo em socorro causaria o desastre tão evitado ou se o choque do meu corpo contra o chão é que o produziria, cresce. Caiu mais um pouco. As possibilidades são inúmeras e escassas, pois um vídeo autobiográfico se inicia no fundo dos meus olhos. O medo me consome de todas as formas possíveis, até minhas células tremem repudiando o abismo. Os ecos se amplificam em meus ouvidos “a fruta estava distante demais. Você nem sabia ao certo se ela era saborosa. No entanto, tinha total conhecimento da instabilidade do rochedo. Não foi por falta de aviso que está nessa situação.” Parte do rochedo se descola e caí enquanto estou indo de encontro ao solo.

Coloco minhas mãos no rochedo, seja o que tiver de ser, penso. Ouço um estrondo causado por um deslocamento de terra relevante. Minha visão escurece e apago de medo.


VARCELLY


sábado, 22 de agosto de 2009

Aviso!

Opa pessoal,blz? É um prazer vê-los sempre por aqui comentando e lendo meus textos.
Por isso,venho avisá-lo que estou mudando os dias de postagem pra um só. ^^ Crise de
(ins)piração é complicado.kkkkk E como gosto de ser constante nas postagens prefiro
deixá-los sabendo que toda quarta terá algo novo.Pra não ter viagem "perdida". Pois é. É isso! Abraço a todos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Beijo de saudade

O ar trás consigo
o aroma holístico do corpo teu
Vejo, ao longe, tua sombra
Delirante, ergo-me nas paredes

Nossos mundos se chocam
Induzida pela demora do evento,
a seca tomara meu olhar
e uma lagrima indecisa,
entre a necessidade e a alegria,
deixou-se correr

Estás esguia,
sustentada por finos traços de meus desejos
As curvas delineadas por
algodões e fibras impiedosos,
que ignoram toda a minha inveja
em te cobrir tão proximamente

O teu tronco alisado por leves linhas,
que me permitem ser tua pele
em momentos de vento austero
Tua boca, maior enfoque de meus anseios,
contorcera um sorriso de efeito arrebatador em meu peito

Toque pele choque febre
Hesitação tremor vento laço
Peso força angustia cabelo
Quatro três dois
colapso

Fôôôôôôôôôôôlego


VARCELLY


PS: Gostaria de convidar a todos pra se possível irem prestigiar o grupo de dança de rua BR, do qual faço parte, no evento Charivari esse sábado,início às 18e30. Ainda não sabemos de que horas vamos nos apresentar,mas vão ter outras coisas muito legais por lá,então cheguem cedo e aproveitem e nos vejam com certeza. Ele será realizado no Museu Câmara Cascudo. Qualquer informação olhar google.kkkkkkkkkkkk Abraço

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O que me falta

O que me falta?

Tenho as alvoradas,

As ondas quebrando lentamente na areia,

Os pensamentos em você,

A folha em branco e a caneta,

A música suave da brisa batendo nas folhas do coqueiral,

Um peito aberto rasgado de emoções,

Repleto de cicatrizes em todas as direções possíveis...

Tenho meu violão e sambas,

A beleza dos passos da morena,

Uns versos antigos que de tão verdadeiros

Não soam em semelhança com meu estado atual...

Todos parecem tão distantes...

O que me falta?

Inspiração.


VARCELLY




CLIPE ORIGINAL DA MARISA

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Charme

Charme é uma boa palavra para defini-la
Desconheço ao certo por qual razão o seu sorriso
em sociedade com o seu olhar me petrificam
Faz tempo que não vejo alguém com essa combinação
tão admirada por mim há tempos atrás.

Nossas peles parecem déjàvus
Desde a primeira vez que nos tocamos,
minhas mãos apenas em seus ombros,
senti como se a tivesse tocado por inteira

O que falar do seu pescoço então...
O admiro no comprimento
na cor
na tensão da pele
no cheiro que mal tive oportunidade de sentir
em como acomoda meu beijo,
mesmo tendo sido poucos e muito mal dados

Até o seu NÃO é agradável
incentivador
Diz ser minha a cara de sem-vergonha,
mas na verdade é dela e
adoro isso.

Como ela parece premeditar cada passo meu
Como eu pareço tentar adivinhar o limite entre a ousadia e a libertinagem
Como olhares comuns tornaram-se cúmplices
e abraços de cumprimento gritos por uma entrega...

Quem sabe no próximo texto...eu deixe de ser um vício a mais.

VARCELLY


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Eclipse

Eu,
sem você, não seria nada além de mim!
Afinal, somos dois.
Não nascemos fusionados.
Prótons e nêutrons de hélio sim.

Entretanto,
Tivemos nossa chance de brilhar
e como a gigantesca usina no céu
nos deixamos eclipsar
A princípio, areolar
em seguida,
total.

Eu sem
Você pode ser tudo
Inclusive o nada



VARCELLY


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

“I gotta feeling that tonight's gonna be a good night”


Ansiedade crescente! A noite parecia não chegar. A roupa já estava em cima da casa separada desde 11h da manhã, o perfume, o melhor que possui, levemente destacado dos outros e o banho estendido planejado passo a passo.

Sai do trabalho correndo com um sorriso que mal cabe no rosto e passa direto para o cabeleireiro. Hoje a noite pede uma cara nova ou uma máscara nova, ele pensa indeciso. Mas se for uma máscara está a vestindo desde quando acordou.

O mp3 insiste em tocar a seleção das melhores músicas dançantes. Ele meio que corre ou dança na rua. O corpo parece fora de controle. Engraçado,é como se o mundo não importasse mais. O que vai acontecer depois de amanhã? Qual é o próximo dia da semana? Compromisso cedo no outro dia? Que misso? Nada importa!

Finalmente ele chega em casa. Corre direto para o quarto, mal cumprimenta a família. Tanto que a mãe só consegue lhe avisar que seu amigo ligou quando já está no meio do banho com o som nas alturas. “TÁ BOM MÃE!”. O som quase não permite a comunicação. A roupa que o esperara o dia inteiro cai como uma luva, aparentemente ela também estava ansiosa. O melhor perfume nunca foi mais cheiroso.

A buzina soa na rua. Da janela ele avista todos os amigos dentro do carro tão animados quanto. Desce correndo e mal ouvi o boa noite da mãe. O som do carro é muito alto, no entanto, os cumprimentos conseguem ser mais devido à animação. Um, dois, três, quatro quarteirões e agora não há mais errada chegou à grande hora.

Luzes, muita gente bem vestida e a sensação maravilhosa de poder se tornar alguém especial para uma pessoa completamente desconhecida e, ao mesmo tempo, de poder sair tão anônimo quanto chegou. A música intensa lhe tremia a roupa. Entrou...

...ao contrário do esperado o outro dia nasceu. Ele caminha junto aos amigos lento. As pernas estão exaustas e mal conseguem carregá-lo. O seu perfume se perdeu no meio de tantos outros perfumes e odores. A roupa outrora bem engomada se encontra amassada em todos os locais possíveis e o sorriso da manhã anterior está lá maior ainda. É como se uma batalha tivesse sido vencida da melhor maneira possível. Ele admira o nascer do sol, deixa os amigos irem um pouco mais a frente,olha-os por um segundo e num sussurro quase inaudível, mas completamente sincero diz: amigos, vou sentir muita falta de vocês!


ps--> O cara ter amigos inteligentes é uma felicidade.hehe todos matam o cara de orgulho passando em concursos fora ou indo fazer especializações e mestrados ou coisas do tipo fora. Mas também é um pouco complicado.^^ Que sejam felizes todos! A nossa amizade não vai morrer nem fraquejar por causa disso! Styghad´s!


VARCELLY


terça-feira, 4 de agosto de 2009

O destino do poema

Se poemas surgem para conquistar mulheres,
que este cumpra sua função.
Para isso, não falarei da angustia em meu peito,
nem da dor e do desejo.
Muito menos, contarei histórias de emoção

Mostrarei o vazio,
a insignificância, a vida sem juventude,
a vida sem relevância...

Os defensores dos verdadeiros poetas,
me acusaram de piegas,pobre ...
Pergunto-lhes em Drummondiano
Quem não é piegas no amor?
Podem não ser na escrita,
mas o são na vida.

Por fim, minha querida, digo:
ainda não te amei por toda a vida,
entretanto, estou a começar...


VARCELLY