quarta-feira, 30 de junho de 2010

Férias

ahuahau Pessoal to de férias, ó que beleza!
Como manda a tradição só volto a postar no
quando as férias acabarem.Ai se iniciará mais
uma temporada do às avessas.kkkkkkkk
Cheiro grande. Abraço

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Coincidência (Elle - 03)

A manhã chegou com seus raios um pouco ofuscados. O céu estava nublado e a brisa era fria. Elle adormecera na rede lendo um livro, que continuava apoiado em seu peito. O frio tornou-se mais intenso obrigando-o a puxar, mesmo inconscientemente, as varandas da rede para dentro. Não fora o suficiente. Cinco minutos depois recolhia rede e livro correndo para dentro de casa. Sorte ter acordado antes, pois pouco tempo depois veio a enxurrada.

Lançou a rede em cima do sofá, colocou Elis e Tom pra tocar, afinal não poderia haver trilha mais propícia para a chuva, e deslizou em direção ao quarto. No meio do corredor surgiu a dúvida, fechara a porta? Ainda ponderou duas vezes entre cruzar aqueles infindáveis três metros até a porta só por insegurança ou ir sem novos caminhos pra cama. Não adiantou. Gostava de segurança e de ter convicção de seus atos. Voltou e trancou, para evitar novas dúvidas, com duas voltas na chave.

Nesse dia, ficou aproveitando o aconchego da nova morada. Fez um tour passando parte do dia em cada cômodo. Dormiu um pouco mais no seu quarto, em seguida foi à sala e trocou a lado do disco, durante o sono a agulha pareceu também ter ficado com preguiça e escapara das rinhas do vinil. Demorou-se no banho, que tomara de porta aberta ouvindo Elis, morava sozinho não havia motivo para pudor. Sentando na cadeira de balanço pensou sobre as novas condições, convicções, possíveis amizades e gostou. Era diferente e único poder se reconstruir. As mudanças de casa permitiam parcialmente isso, no entanto, nada próximo a uma troca de cidade. Sentiu-se livre de preconceitos, de estereótipos e até de si mesmo.

Já passavam das onze horas quando percebeu não ter jantando. No dia da mudança avistara uma pizzaria próxima, sabendo que nesses primeiros dias provavelmente precisaria desses serviços anotou o telefone. Gabava-se de como a precaução o ajudava. Ligou. Cinco minutos depois chegara João informando ao senhor que esse era, graças a Deus, seu último serviço do dia. Conversaram um pouco mais e João afirmou não ser entregador e que tudo fora apenas uma coincidência. O gerente percebendo a proximidade do endereço e que João estava de saída para aquelas bandas mandou-lhe a pizza junto. Elle agradeceu e João partiu.

Novamente dentro de casa, pegou um vinho na geladeira, sentou-se e não colocou música. Queria saborear seu jantar em companhia da chuva. A chuva parou.



VARCELLY


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Tempo paralelo

Para que a pressa, se tudo que queremos é está aqui.
Para que mensurar o tempo disponível, se ele pouco importa.
Deixemos que o tempo corra
Nós não!

Nós não precisamos dele
O nosso tempo é paralelo
Ele flui ao nosso bel prazer
Reflexo direto de nossas carícias e da intensidade de nosso afeto

Sua mão entrançada em minha nuca
nossos olhos perplexos um no outro
Ou quem sabe, perdidos dentro de suas pálpebras.
O ar entrando e saindo através das narinas em conjunto com nosso desejo
As nossas peles se moldando uma à outra
Seu cabelo no meu rosto...

Isso é imensurável!

Não temos o tempo deles, nem o valor
Você e eu estamos aqui juntos
Isso é o que importa.

VARCELLY

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ménage à trois

Um dia caminhando despreocupadamente
fui abordado
Ela numa fusão veio me envolvendo
desde o peito até os pés e a cabeça
Descia as mãos por minhas pernas,
subia voraz desejando despir-me
jogava-me contra a parede com seu corpo
suspirava ao meu ouvido
encostando os lábios na minha pele

Inebriei-me com o seu perfume,
com o modo de me aquecer de dentro para fora,
e como o mundo tornou-se mais acessível dali em diante.
Tudo se completou em nosso último suspiro conjunto

Estático por tempo incerto, eu me mantive
apenas apreciando o modo como tudo acontecera,
como era bom sentir agora a presença dela em mim

Ao tentar iniciar nova caminhada
outra moça chegou me abraçando fortemente pelas costas
Era como um sussurro apaixonado ao pé da nuca
ao mesmo tempo em que suas unhas arranhavam o meu peito
e suas pernas envolviam meu quadril
“Me leva!”

A perna dela pisou o chão junto com a minha em novo passo,
as mãos desceram do meu peito em direção as minhas mãos
Nós passamos a nos mover em conjunto até
outro suspiro avassalador e a nova fusão

Assim, as duas moças convivem dentro de mim
sem conflitos ou transtornos,
mas num eterno e ébrio amor.

Nunca vou esquecer esse primeiro encontro com a Música e com a Dança.


VARCELLY


PS-> já que essas são as duas mulheres estão a trilha de hj combina bem com elas.^^