quinta-feira, 28 de maio de 2009

A árvore do meio da rua

OBS-> a árvore realmente existe,não é metáfora.=D



Havia uma árvore de corpo levemente curvado e copa protuberante projetada aos céus. Sendo bem sincero, não tive tempo hábil para admirar sua beleza, em contrapartida, a situação chamou-me a atenção. Deve ser engraçado ser a árvore do meio da rua. Ele se encontrava, de fato, na margem esquerda da pista, porém, foi por esse nome que a conheci e a maneira do apelido gerador de personagens maravilhosos e de atores inomináveis, manteve-se do meio da rua mesmo de lã não sendo. A nomeação é responsável por tudo, desde minha perplexidade até o último erro gramatical desse texto.

Rua, as imagens brotadas da mente ao ler o termo são as mais diversas, carros, movimento, cidade, furor, noitadas, bêbados... A detentora de nossa arvora do meio da rua era bastante calma, inclusive em demasia, sugerindo pensamentos indesejáveis a quem desliza vagarosamente num carro com vidros abertos. Então, desconheço o verdadeiro ator dessa rua, uma vez que mesmo sua situação opondo-se ao sugestionado, manteve-se a denominação. Rua é só um apelido.

Árvore, paz, ecologia, bichos, brisa, tranqüilidade, belas paisagens... Essa reside, no entanto, em uma rua, afinal é a árvore do meio da rua. Pois é, mais uma vez a contradição cede espaço a determinação e a árvore continua árvore.

Fixadas as necessidades básicas de apresentação já podemos nos diferenciar. Vejamos, eu sou Victor ou Varcelly ou Victor Varcelly. Esses são meus apelidos, adianto-te, pois o vejo tomando-os erroneamente como nomes. E é essa a grande divergência entre nós defronte a questão. Eu sei que a árvore do meio da rua é um personagem, tu a pensas como atriz.



VARCELLY

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Palavras, apenas palavras

Ultimamente tenho pensado bastante sobre palavras. O meu penúltimo post (O Processo Poético) mostra bem isso. Como vejo as palavras impregnadas em mim. Só que hoje discutindo sobre o texto “A verdadeira poesia” com uma amiga, veio-me um outro pensamento, eu sou palavra. E digo mais, levem isso ao extremo.

Imagine você sem nenhuma palavra. O que vê?Opa, não pode responder. É sem palavras!Lógico que toda essa argumentação é baseada no que um indivíduo vem a ser para o outro.

Em suma, para mim, nada mais somos do que um texto ambulante e sujeito a modificações a todo momento. Como se fossemos montados de lego e os encontrões com outros seres ora nos agregassem peças ora nos tirassem peças. Ou então, como se fossemos escritos com carvão e os encontros criassem novos traços e logo novas letras alterando todo o texto. Depois de pensar isso, confesso que me senti bem.

Gosto de ser um texto. Imaginar meu olhar como sendo versos que flutuam em direção a ti e dizem todo um universo de milênios, impossível de ser descrito numa vida inteira. Nossos atos são muitas vezes textos escritos impossíveis de escrever.

Gosto de ser um texto muitas vezes escrito em braile. Um mistério aos olhos a primeira vista e um banquete ao tato, algo como uma antologia poética de Drummond em mãos ou a cabeceira da cama.

Gosto de ser aquele sussurro ao pé do ouvido brincando com os teus cabelos, como a brisa faz ao passar na varanda, onde estás deitada em tua rede. Poder perceber a maneira leve de transpassar os teus cabelos, demorando-me em cada variação angular da curva do seu pescoço. Descer por dentro da blusa e vir na direção oposta pela rede para balançar a saia, rapidamente amparada por tuas mãos, controladoras do meu impulso.

Gosto de ser o conto interrompido por um infarto do escrito, responsável pela morte curiosa de milhares de leitores. Aquele texto julgado insosso pela capa e que termina por mostrar-te quem é o verdadeiro insosso.

Por fim gosto de ser o texto inacabado que continua sendo escrito por ti,quando amassamos nossos calhamaços e criamos uma nova escrita, uma nova palavra, uma.


VARCELLY

terça-feira, 19 de maio de 2009

Se fosse C.A.R.N.A.V.A.L seria tudo normal

E se fosse CARNAVAL? Tudo seria normal! E mais, seria ainda festejado. Ouvir-se-iam nas calçadas e nas paredes ecoando os gritos da emancipação popular. ”Vou beijar-te agora não me leve a mal, pois é CARNAVAL”. Oh, saudosa Máscara Negra. Entretanto, quem o autor beija? A meu ver não há nenhum determinante de gênero na frase. Ah, mísero detalhe diante do que se segue “não me leve a mal, pois é CARNAVAL”. Sim é,quase me esqueço,é CARNAVAL!

O que seria o CARNAVAL, afinal? Um dia marcado no calendário para ser bissexual, homossexual, transformista, drag ou aquilo que deseja a anos e nunca teve coragem de ser? Qual é a razão lógica acobertando isso? Por que se um homem não sair nas virgens em Pirangi com os amigos é taxado de homossexual ou no mínimo de inseguro sobre sua opção? Enquanto se no mês seguinte o fizer em meio a amigos a opinião inverterá e agora ele será homossexual por ter praticado o ato? “Ah mais é CARNAVAL”. Só isso basta?

Somos uma sociedade sem preconceitos... no CARNAVAL. É! Nele pai de família faz bunda-lê-lê, abraça o viado mais famoso da cidade, tira foto e mantém intacta sua sexualidade, ou pior, é mais macho ainda por ter malhado de todo mundo.

Opa, meu texto não foi escrito no CARNAVAL, não é? Possíveis interpretações erradas são bem mais freqüentes nessas condições, já que sexólogo não é minha profissão nem sou um grande crítico na mídia. Desculpa frustrar suas errôneas expectativas. Sou apenas contra a descriminação e as desigualdades de gênero, sejam elas masculinas, femininas ou do, por muitos chamado hoje, terceiro sexo. Se conseguimos ser tão igualitários, unidos e mente aberta no CARNAVAL,por que não no ano todo? “Ai não teria CARNAVAL” Será?



VARCELLY

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O processo poético

Tenho termos encravados em meu rosto
Outros escritos em minha pele
Alguns pairando na minha frente como uma espécie de aura
Eles são os escritores

Não pego papel e lápis
e escrevo poesias e textos com palavras oriundas de meus pensamentos
Isso é poesia comercial.
Algum bom manipulador do português querendo ganhar alguns trocados
com seu tecnicismo e racionalismo

Pego o papel e coragem e os esfrego em mim
imprimindo cada uma das letras aqui presentes
Muitas vezes o processo é traumático e termino repleto de escaras

A princípio o papel recebe os termos da aura
ao adentrar a esfera minha detentora de tantos outros universos
Depois, de acordo com o tema pré-escrito pela aura escorre por regiões da pele

Se o texto é sobre ti ,o musa ainda invisível,
a folha flutua em volta de meu pescoço,subindo pelos meus cabelos,
passando sorrateiramente pelo canto da minha boca até me desconstruir
com um beijo inviolável e adentrar meus pensamentos

Vê é o processo inverso.A poesia me consome o corpo,o desejo,os movimentos,
os ares,os males e por fim chega aos pensamentos

É uma dança mágica que me deixa mais próximo de ti
Mesmo sabendo que não sabes ao certo quem sou
E nem eu quem és

Em nosso último encontro...
Bebemos vinho
Descansavas à cabeça em meu peito
enquanto eu trançava e dançava meus dedos em teus cabelos
A tua calma era oriunda do conforto e calor do meu corpo
e esses oriundos da tua presença


VARCELLY

ps:agradecer a Jota por ter guardado o meu texto.
Com a formatação do pc o teria perdido.Obrigado Jota.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Meu pc.=|

Olá,estou só passando para dizer que hoje não haverá
postagem de textos,pois o meu pc quebrou e nele está
justamente o texto que seria para hoje."O processo poético".
Porém,quinta estarei de volta espero.Abraço

sábado, 9 de maio de 2009

Mpbeco

Ah saiu o resultado da classificatória do mpbeco e não entramos.A música Graça composta por Jota Mombaça e por mim não pareceu tão graciosa ao juízes pelo visto.Todavia,senti algo engraçado depois dessa notícia apesar de ser uma "derrota",chamemos assim,não me senti menor.Continuo achando nossa música linda e maravilhosa,com uma letra digna de ser ouvida e uma melodia graciosa que pelo menos em mim dá uma vontade de sambar muito boa.

O bom de tudo isso?Pela primeira vez em minha vida me senti um músico capaz de fazer algo realmente bom,que possa ser mostrado ao "grande público" e por ele aceito.Conheci um parceiro de composição e de boemia fantástico,com os mesmo gostos e sentimentos ao escrever, meus sambas finalmente deixaram de ter um quê de quadrado que eu via.Pela primeira vez também dei a cara a tapa e mandei uma música minha pra um júri completamente desconhecido.Corremos pra compor,nos encontramos pra compor, na que foi sem dúvida a tarde mais boemia que já tive até hoje,conhecemos outras pessoas do ramo sem querer e sem a menor explicação lógica.

Foi como se durante esse período ,que foi de umas duas semanas desde a composição até o resultado hoje,eu estivesse transpirando música.Isso graças a Deus não atrapalhou nada da minha vida normal,não fiquei perdido no meu dia-a-dia fantasiando,no entanto fantasiei muitas vezes de uma maneira sóbria e feliz.A história da nossa inscrição é impagável,Jota de ressaca 24h sem durmir.

Ou seja,ao final de mortos e feridos não houve nenhuma morte.Nem Graça morreu.Ela só vai malhar mais um pouquinho organizar melhor as idéias e se tornar um música mais bonita ainda.Eu e meu querido parceiro Jota ainda temos muitos sambas a compor e cada um será com certeza mais linda que o outro.Meus sambas evoluiram consideravelmente e gosto deles mais do que nunca.Eu quebrei o casúlo e me inscrevi no festival,o que também foi influência da Mandinha que me falava sobre isso desde que ouviu minhas músicas.Pois é,no mais tudo ótimo.

Não acredite que isso é um consolo,pois não o é!Lógico que teria um texto em letras garrafais aqui no blog se tivessemos entrado.Estaria saltitando e continuando pensando nas mil formas que vinha planejando de apresentar Graça.Mas se você realmente entendeu o que eu escrevi vai entender minha felicidade.Se não entendeu deixa eu resumir.Eu saí de um estado que nunca poderia ter reconhecimento alguum para um que posso ter a qualquer momento,entrei na luta,assumi minha boemia e isso não tem mpbeco que pague.Se não foi nesse festival pode ser no próximo,na banda que formarei com o Jota e em diversos cantos.Hoje sou o "malandro criando um samba e dançando no meio-fio".Aguardem mais sambas e mais boemia.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Amor



Daqui é tudo meio diferente
Tudo é fluido e móvel
A firmeza da terra está agora distante
Ainda posso tocá-la caso assim queira
Entretanto no momento sua ausência é bem-vinda

Eu nem mesmo consigo me manter estável satisfatoriamente
Vejo um mundo de espelhos brilhando e se movendo constantemente
Neles vejo minha face,mas é como se eu fosse vazio
Não tenho problemas,nem sentimentos ruins,
nem convivo com pessoas complexas ou não.

Estou cercado de outros indivíduos,porém
Não é raro me pegar sem enxergá-los mesmo quando estão ao meu lado
Ora sento,ora me deito,algumas poucas,levado por sua força, aos tranco e barrancos
Fico em pé
Só por alguns segundos
É como se um mundo vira-se pra me preencher de novo
Numa onda de paz,de harmonia e de alegria que não me deixa
Entender se a onda é do meu sorriso ou vem de você.


ps: o real título desse texto é Surf.Lê de novo!O sentido agora é totalmente diferente.=D Mudei só pra aperriá-los.



VARCELLY

terça-feira, 5 de maio de 2009

Hoje é dia de branco não tenho porque falar mal do amor.

é verdade.Não sei talvez o início do mês tenha trazido ares de esperança nesse assunto.Quem sabe?

A idéia inicial desse texto era não haver texto,como o título sugere.No entanto,gostei tanto do título que achei por bem escrever algumas coisas que surgiram a minha mente nesse momento.Tudo sem grande pretenção de parecer bonito ou bem escrito.

Percebo agora que já falei tudo que queria,o texto já cumpriu seu destino.Basicamente,ele se resumi as primeiras linhas o resto é making off...


VARCELLY