terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ecos

Sensibilidade,
Salão principal do purgatório
Que permite o paraíso e o inferno com a mesma destreza

Os fatos surgem independentes de nossa vontade
O tempo em que ocorrem e as catástrofes ou delírios resultantes é que não.
Essa relação é maquiavelicamente por ela mediada.

As palavras voam em nossa direção
Proferidas casualmente
Ninguém se ofenderia ou se apaixonaria por elas assim
Estão nuas, sem maquiagem ou,
Por muitas vezes, são atores inexperientes em primeira encenação

Então, elas são absorvidas e metodicamente reproduzidas.
Ela delimita e harmoniza as ondas
Frisa as pausas
Destaca os adjetivos,
Dando-lhes efeitos visuais além dos sonoros.
Reentoa, destoa, controverte.

A princípio aparenta ser essa conversão tardia,
Mero engano!
A velocidade de processamento evita qualquer tipo de delay.

A platéia assiste a tudo atônita.
Em poucos segundos a fonte das palavras se perde
A quem devemos responder?
Será a conversa interpessoal ou intrapessoal?

Não é possível saber.
Só conhecemos os reflexos
Aperto no peito,
falta de ar
taquicardia
mãos geladas
ecos esquizofrênicos!

As ruas passam rápido,
Ao longe surgem outras conversas alheias ou não a nós,
Tanto faz!
Não temos espaço para mais pensamentos, reações.
Tentamos desesperadamente calar os ecos
Ou nos embrenhamos tanto no universo magnífico por eles criado
Que sons exteriores são completamente ignorados

Só desejo
que havendo ecos em vocês
sejam ao menos os positivos.


VARCELLY

BONS


RUINS

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