terça-feira, 1 de setembro de 2009

A minha saudade

A minha saudade
É um monstro sorrateiro
De fonte conhecida
Mas de expansão inexplicável

Desconheço quem lhe fornece as chaves da casa,
avisa onde estão minhas roupas
ou ensina a maléfica forma de dispor os lençóis

O que me é permitido perceber
É a sua presença impregnada na mobília dos cômodos vazios
O doce aroma e o calor de minhas roupas imundas e frias
A deformidade profunda do colchão invariavelmente plano

Ela agora suspira em meu ouvido morosamente
Manipulando meus pensamentos
Reclina meu corpo
Dobra minhas pernas
Deita-me
Já não restam muitas opções

Deixo-me consumir


VARCELLY


2 comentários:

  1. "O doce aroma e o calor de minhas roupas imundas e frias
    A deformidade profunda do colchão invariavelmente vazio"

    a melhor parte!
    ^^
    adoro ler-te!

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