terça-feira, 21 de abril de 2009

Reforma

Reforma a começar
Um martelo desferi o golpe
Dum...
O reboco salta, fratura-se e cai
Tijolos prontificam-se à segunda investida
Dumm...
Dessa vez,
Quebra-se o eixo de sustentação
Desmoronam-se os demais constituintes

Chegam os novos e futuros condôminos
As casas se amontoam cercadas por cinzas ruas
O envoltório do prédio é branco e espesso
Inicialmente acoplado a extensa faixa de madeira

Ao fim de tudo...
Ainda é possível ver um defeito
A nova parede é detentora de uma fenda,
É como se a outra construção ainda estivesse espiritualmente ali,
Inofensiva e irrelevante para motivar nova demolição
Todavia, suficiente para deixar escapar claves
Harmonias, aromas doces...
E aquele pequeno ser se transfigura
Expandi-se, força, trinca a nova estrutura

Janela
O fluxo, já contínuo, luta para se perpetuar
Agora são visíveis campos, praias, paisagens, mar
Tric...Tra

Porta
Repentinamente chutamos o trinco
E numa arrancada saudosista
Adentramos o lugar

Não há nada depois da porta
São apenas sombrios cenários
Perdidos nos olhos de minha escuridão


VARCELLY

Um comentário:

  1. "Porta
    Repentinamente chutamos o trinco
    E numa arrancada saudosista
    Adentramos o lugar"

    chutei muitas portas...

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