quinta-feira, 25 de junho de 2009

O dia do juízo final

“Amor, precisamos conversar.
Na sua casa ou na minha?
Ok. Na sua então.”

Silêncio.
A porta abre levemente.
Você vestindo a famigerada feição.
Eu pálido meio manco ou sem jeito,
difícil diagnosticar corretamente.

Hoje não temos assunto.
Incubara aquele tão esperado.
Nossas línguas travaram,
não pudemos esperar mais do que poucos minutos.
Saímos.

Andávamos em direções opostas,
circulando e nos cruzando meio mortos, meio surdos,
já duvidando que não houvesse mesmo assunto.

Na ausência de um, com certeza, já teríamos partido.
Não gastaríamos olhares constrangedores à toa.

Paramos face a face.
Próximos demais.
A raiva não agüentaria tamanha tentação.
Empunhamos nossos braços como espadas acima de nossas cabeças,
deixando-os cair vorazmente em direção ao outro

Os golpes foram frenados bem antes do trágico destino.
Você percebera algo em meu rosto.
Algo como uma fissura em plena máscara.
Eram meus olhos!

Você os olhava fixamente.
Aquele desenho arqueado e estreito
era próprio de outra situação.
Sem hesitar conferiu nos meus lábios
Ele estava lá.

Abracei-a fortemente depois de sussurrar em seu ouvido
“Brincadeira!”
Com aquela alegria própria de nosso relacionamento
Você resmungando me golpeava levemente
“Era bom que eu tivesse batido pra você nunca mais brincar desse jeito.”


VARCELLY


2 comentários:

  1. "Brincadeira" Mto bom!!

    Beijos

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  2. Fiquei aflita antes do "brincadeira"! hehehe
    Te indiquei pra um selo que tem lá no meu blog, viu?! =x

    :*

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