Ando pensando em passos... Passos que vão e vem As vezes indecisos,noutras nem tanto
Penso no porquê de tantos passos Haveria um sentindo para tanta balburdia? Quem sabe não seriam vários? E teriam algo associado à falta de palavras.
Concluir depois de muito caminhar serem tais passos propulsores de minhas palavras as quais num descuido meu escorreram corpo abaixo, deixando-me mudo.
Assim vários dias e meses se passaram sem um único termo Acontecimentos e idéias iam e vinham nas mais diversas horas As vezes indecisos,noutras nem tanto Nada era suficiente para reerguê-las ao topo de minha cabeça onde se escondiam as idéias fugazes
Até o dia que junto aos passos a chuva veio relembrando-me da musicalidade da minha face e desceu as idéias...
VARCELLY
Olá.Tudo bem com vocês?Pois é pessoal é tempo de caminhar e felizmente o Às avessas já me deu todas as alegrias que poderia me dar (4253 visitas, 7,878 visualizações de páginas em aproximadamente 1 ano e meio, de 13 de abril de 2009 até 07 de outubro de 2010). Foi muito bom poder compartilhar todos esses sentimentos fictícios ou não com vocês e ver que minhas palavras e idéias podem mexer com outras pessoas como mexem comigo.Agora é tempo de novas experiências ,mas em razão de tantas coisas boas que o Às avessas me deu, não gostaria de apenas abandoná-lo, por isso, estou avisando a todos do seu término. Se em momento posterior houver nova escrita informo a vocês. Mais uma vez obrigado pelas visitas e comentários.
Tropeço pelas ruas mal iluminadas Os vultos passam e alguns sussurros ecoam Havia pouca gente quando finalmente , auxiliado pela luz , consegui enxergar
Sambas, poemas e morenas eram declamados aos quatro pés num rastejado suave, xingando a chuva desalmada que enchia de estranhos o salão
No entanto, nada alterava aquela alegria Quanto mais apinhado mais viscerais e internas eram as batidas do surdo na morena O surdo soava suava soava soava
No ensejo das mãos enlaçadas nos tragamos para longe dali onde nossos surdos podiam tateantemente nos guiar em nosso samba terno, descambaleado e desengonçado Perfeito à nossas travessas tortuosas
Às quatro da manhã meu surdo emudeceu, alegando ser teu último trem correste para longe de mim de volta aos braços daquele que ainda não sabe mas já ti perdeu
Ao fundo, ouvia-se o tamborim do mendigo latindo
“Eu queria ser Um tipo de compositor Capaz de cantar nosso amor Modesto Um tipo de amor Que é de mendigar cafuné Que é pobre e às vezes nem é Honesto Pechincha de amor Mas que eu faço tanta questão Que se tiver precisão Eu furto”
Volto a ensurdecer Afinal, já se aproximam as seis Melancolia na alvorada só se um dia o samba acabar
Varcelly
ps-> Aproveitando o ensejo boêmico, convido todos para a apresentação do FOURUM, grupo de dançar de rua do qual faço parte, no Buraco da Catita no dia 20/10 às 20h, junto com outras apresentações também. Assim que tiver algum material de divulgação mais sólido eu trago pra vocês.Abraço ps2-> deixo aqui o link para o canal do FOURUM no youtube,caso queiram conhecer o trabalho.link
"Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo Quero apenas contar-te a minha ternura Ah se em troca de tanta felicidade que me dás Eu te pudesse repor - Eu soubesse repor - No coração despedaçado As mais puras alegrias de tua infância!" Manuel Bandeira - Impossível Carinho
O que seria do poeta se ele fosse um homem de acertos? Não sei quanto às outras poesias, Mas com certeza, amorosas, só escreveria uma. Pois é, o poeta é um alguém que vive de confundir o amor Ou então, sejamos mais otimistas com a expectativa de vida dele, Alguém brincado de pensar que encontrou o amor
O poeta vive uma paixão, um desejo, um olhar, um beijo... De maneira tão intensa que por alguns segundos se sente apaixonado É como o impulso, se a força é aplicada num curtíssimo tempo, Tem grande magnitude
Mas o poeta também é um canto onde o sentimento demora a se expressar Ele rumina muito bem cada informação, Criando conexões, possibilidades E assim, vai acumulando forças, todas deixadas pela belle de ju
Então, já em casa, às vezes dias depois, quem sabe horas Tudo é jogado num papel, numa parede, no que estiver próximo Pela última opção Pode-se perceber que poeta não só escreve
Poeta é aquele corredor desvairado na avenida depois do carnaval Poeta é o admirador irremediável da lua e do mar Poeta é a criança com um brinquedo novo Poeta é um amplificador Poeta é intensidade Poeta é um mundo em 1s...
Os poemas, no entanto, Ficam com ela Juntamente com a lembrança de que ninguém Nunca a amará tanto por um momento Quanto mais por uma vida
VARCELLY
ps-> Parabéns amor. ^^ Tudo de melhor pra você. ps2-> eu sei que a foto é de Drummond,viu pessoal.kkkkkkkkkkkk Tenho culpa se são os dois poetas que mais gosto?Botei logo os dois. ^^ Clipe do vídeo, sem ser ao vivo
"O chão é cama para o amor urgente, amor que não espera ir para a cama. Sobre tapete ou duro piso, a gente compõe de corpo e corpo a úmida trama..."
Drummond - O chão é cama - O Amor Natural 1992
Quero encher minha boca com o gosto da sua pele para que assim possa esvaziá-la em seus ouvidos e novamente preenche-la com suspiros
Quero encher minha boca de você e deslizá-la por todos os recantos deixando líquidos versos escritos em minha caminhada
Quero encher minha boca de você e criptografar um feitiço em seu pescoço magistralmente executado pelos sons de palavras mudas responsáveis pelo eriçamento de cada fio de pelugem em seu e em meu corpo
Quero encher minha boca de você e desaguar todas as sensações inquietantes de meus lábios nos seus num diálogo verbalmente intangível
Quero encher minha boca de você e absorvido tudo isso ... desaguar meu corpo dentro do seu
"Delícia de fechar os olhos,por um instante e assim ficar sozinho,fabricando escuro... sabendo que existe a luz"
Mario Quintana – Para viver com poesia (capítulo Para ver com olhos de primeira vez)
Segundo escuro
Nunca me imaginei capaz de produzir algo tão belo e padronizado Não sei ao certo quais pensamentos ou devaneios passam nas cabeças de vocês,mas o meu escuro é sempre o mesmo
Confesso que isso me fez até duvidar de minha criatividade sempre, por mim, muito valorizada
“Como posso eu não ter criado, no mínimo, dois tipos de escuro? E como posso ser tão pouco criativo sendo tão bom em fazer algo? Já que crio indubitavelmente sempre o mesmo escuro!.”
Sabe aquele suspiro profundo que dou enquanto fecho os olhos? Não se preocupe... Não há de ser nada sério Só estou tentando resolver o meu segundo escuro
“Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (...) Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: ‘Trouxeste a chave?’”
(Carlos Drummond de Andrade)
Mercado de palavras
Estava debatendo outro dia minha escassez textual com uma grande poetisa. Concluir que o necessário para reaver meu estímulo de escrever seria ir a um mercado de palavras e conjuntamente com um ótimo vendedor pôr numa cesta todas as pérolas necessárias para o poema...
O mercado possuía um letreiro belo em sua fachada, como não poderia deixar de ser, sendo ele um mercado de palavras. Tudo era muito limpo e branco, apenas com algumas listras azuis que percorriam todo o recinto, e por algumas vírgulas, brindes da loja, que insistiam em cair dos cestos ao bel prazer do vento. As placas eram colocadas sobre as banquinhas, muito similares as de frutas em feiras populares, trazendo um pequeno resumo do que seria possível encontrar em cada uma delas.
As bancas eram divididas por seções, permitindo que o cliente as folheasse, digo, as conhecesse, utilizando o tempo que considerasse necessário. Cada seção tinha o seu vendedor típico. Havia a para os prosadores, para os cronistas, onde as paredes eram forradas com notícias de jornais por todos os lados, para os mais jovens com palavras multicoloridas e outras que explodiam ou eram animadas, dentre outras.
Dirigi-me ao fundo da loja, área detentora de um aroma suave, assim como, de um tom mais amarelado na ornamentação das paredes e de toda a seção, mas ainda com as listras azuis do começo. Ninguém mais, ninguém menos que um parnasiano estava a minha espera para me apresentar e me ajudar a encontrar as pérolas tão desejadas.
Fui adentrando pelos corredores de tão admirável construção e ele me explicando as subseções com inúmeras divisões... Verbos, adjetivos, por quantidade de sílabas, por tonicidade... populares, rebuscadas, antigas, modernas, separadas ou quebradas para os neologismos, sentimentais, fortes, para textos amorosos, sensuais, sexuais, formais... eu olhava detalhadamente cada banca nova, vasculhava alguns minutos, enquanto meu vendedor esperava pacientemente o fim daquela imersão.
Após algumas horas ou dias, não sei ao certo, perdido em meio à tamanha quantidade de possibilidades, decidi que melhor seria liberar meu atencioso vendedor, deixando-o a minha espera para uma visita mais acertada, quando eu soubesse ao menos sobre qual assunto desejava escrever.
Percorri todas as partes de loja em direção à entrada e só então percebi o porquê do tom amarelo da ornamentação. Ali as palavras eram analisadas com demasiado cuidado, ocasionando por muitas vezes a abstinência de usar qualquer uma delas. Era como um entendimento de que um belo poema na idéia é melhor que uma bela idéia mal escrita. Durante todo o caminhar tentei entender se era isso que estava impedindo-me de escrever, se minhas folhas estavam amarelando enquanto o frenesi das sensações ia embora...
A poetisa estava na porta quando saí de mãos vazias da loja. Contei-lhe meu sofrimento, a falta de termos em consonância com as idéias... ela sabiamente me disse “ As palavras você já comprou e não foi hoje, só lhe falta ordená-las”
Cruzei a rua em disparada atrás dos sentimentos adormecidos em meu travesseiro.
PS-> Esse clipe é realmente mto bom.O Davida Choi tem seu trabalho todo divulgado pelo youtube,inclusive, ele que faz os clipes.Não deixem de ver.Abraço
É isso que você é No entanto, não é essa a única tradução As possibilidades são as mais diversas desde um charme natural até um lampejo de timidez
Independente da razão ou da fundamentação sempre me submeto aos seus gracejos de maneira inicialmente inconsciente O seu brilho e traço ofuscam meus pensamentos, só os recobro, muitas vezes,em casa ou tempos depois
É como uma sugestão desprendida um sem querer querendo plantado no momento perfeito Sendo todo momento perfeito pra você
Você, esse Sorriso Despretensioso é o maior motivo de meus devaneios das paixões devastadores e ,como não poderia deixar de ser, da reminiscência desse sentimento há tempos esquecido
VARCELLY
Por um sorriso - João Bosco "Hoje eu quero te ver sorrir Como quem Quem descobre, enfim, a alegria Olha o sol trazendo a manhã Luz e cor Pois é pra você que nasce o dia"
ps-> Hoje estava com vontade de escrever e postar algo.Então tá ai. Um texto tão despretensioso quanto o motivo apaixonante dele.
Você ouve? É a chuva cantando a costumeira, mas sempre nova sinfonia
Os instrumentos são carros, telhados,sorrisos,folhas e asfalto dentre outras tantas coisas aparentemente sem nenhuma musicalidade
Eu queria ser a nossa chuva harmonizar e tocar cada parte do seu corpo em sincronia, produzindo a familiar melodia com o ânimo e furor do novo
Ver as suas vestes apenas como mantos protetores do real instrumento Ir deslizando-as, espantando-me com cada vislumbre de possibilidade Terminar o espetáculo da chuva com a partitura de tinta ainda úmida nas mãos
VARCELLY
obs-> O título original é chuva. Mas depois de colocar a foto e a música...pensei em renomea-lo. Monogamia é muito mais interessante.O bom do blog é isso também, permitir que você redescubra seus textos,mesmo os tendo escrito recentemente.
Havia uma pedra no caminho do autor, assim como havia também no dele.
Um garoto vinha andando tranqüilamente, perdido em seus pensamentos, pelo caminho de barro perto de sua casa. Ele possuía um gosto incomum por pedras, achava-as bonitas, resistentes e intimidadoras. Sempre alguma atraia sua atenção e ele se detinha por intervalos diferentes de tempo as olhando, é lógico que quão mais interessante elas fossem mais tempo receberiam.
Abandonara uma pedra há pouco quando em sua caminhada longa sem grandes emoções, viu algo reluzindo no chão. Parecia ser realmente raro e interessante, pois ele sentou, cruzou as pernas, deixando-se ali em estado de observação por primaveras.
A pedra possuía um poder peculiar de atrair partículas, permitindo acréscimo de densidade veloz. O sol estava forte quando ele viu a pedra, por isso, recostou-se numa gruta enquanto assistia o crescimento. Nunca passou por sua cabeça as possibilidades desse ingênuo descuido.
A pedra tomara dimensões tão avantajadas, que o garoto só percebeu a prisão na qual estava metido quando já não havia mais rastro de luz. Foram incontáveis as investidas contra a, inicialmente, adorada agregadora, porém, não pareciam surtir efeito.
Cansado e machucado de tantas lutas, sentou-se de frente para a gruta, encostado na pedra, para descansar. Então, veio a idéia, não mais bater contra ela, mas apenas colocar os pés na gruta e forçar as costas contra a pedra tentando empurrá-la lentamente.E assim fez!
Abandonou a gruta satisfeito por rever o sol, assim como, várias outras pedras ainda pequenas, mas pedras. A grande, além de ter perdido o brilho, resultado da agregação ferrenha de partículas, perdeu o apóio da gruta, sua fixadora, e rolou morro abaixo.
O garoto pensou por diversas vezes em não voltar ao caminho de barro, no entanto, sempre o fazia. Outro dia, andando novamente por lá, viu nova pedra pequenina. Olhou e parou ainda de pé, analisou o melhor lugar para sentar, limpou o terreno em volta, colocou o alarme para a hora do jantar... fazer o que? Ele adora pedras!
VARCELLY
Se for do seu agrado deixe um comentário logo abaixo,basta clicar em comentário e deixar sua impressão sobre o texto, blog, até pergutas mesmo ou o que desejar.Abraço ^^
Olha ai, agosto tá chegando e com ele a nova temporada de textos do ÀS AVESSAS.Essa temporada quase foi cortada. heheh Problemas de inspiração,mas aparentemente tudo resolvido, pelo menos hoje já escrevi alguns textos e espero que a escassez de palavras tenha passado.
Assim, no dia 11 de agosto estarei, muito provavelmente, postando o primeiro texto de 2010.2. Espero mais uma vez que vocês, meus visitantes tão festejados,voltem a ornamentar essa página com seus comentários e opiniões ou apenas com visitas e leituras dos textos.
ahuahau Pessoal to de férias, ó que beleza! Como manda a tradição só volto a postar no quando as férias acabarem.Ai se iniciará mais uma temporada do às avessas.kkkkkkkk Cheiro grande. Abraço
A manhã chegou com seus raios um pouco ofuscados. O céu estava nublado e a brisa era fria. Elle adormecera na rede lendo um livro, que continuava apoiado em seu peito. O frio tornou-se mais intenso obrigando-o a puxar, mesmo inconscientemente, as varandas da rede para dentro. Não fora o suficiente. Cinco minutos depois recolhia rede e livro correndo para dentro de casa. Sorte ter acordado antes, pois pouco tempo depois veio a enxurrada.
Lançou a rede em cima do sofá, colocou Elis e Tom pra tocar, afinal não poderia haver trilha mais propícia para a chuva, e deslizou em direção ao quarto. No meio do corredor surgiu a dúvida, fechara a porta? Ainda ponderou duas vezes entre cruzar aqueles infindáveis três metros até a porta só por insegurança ou ir sem novos caminhos pra cama. Não adiantou. Gostava de segurança e de ter convicção de seus atos. Voltou e trancou, para evitar novas dúvidas, com duas voltas na chave.
Nesse dia, ficou aproveitando o aconchego da nova morada. Fez um tour passando parte do dia em cada cômodo. Dormiu um pouco mais no seu quarto, em seguida foi à sala e trocou a lado do disco, durante o sono a agulha pareceu também ter ficado com preguiça e escapara das rinhas do vinil. Demorou-se no banho, que tomara de porta aberta ouvindo Elis, morava sozinho não havia motivo para pudor. Sentando na cadeira de balanço pensou sobre as novas condições, convicções, possíveis amizades e gostou. Era diferente e único poder se reconstruir. As mudanças de casa permitiam parcialmente isso, no entanto, nada próximo a uma troca de cidade. Sentiu-se livre de preconceitos, de estereótipos e até de si mesmo.
Já passavam das onze horas quando percebeu não ter jantando. No dia da mudança avistara uma pizzaria próxima, sabendo que nesses primeiros dias provavelmente precisaria desses serviços anotou o telefone. Gabava-se de como a precaução o ajudava. Ligou. Cinco minutos depois chegara João informando ao senhor que esse era, graças a Deus, seu último serviço do dia. Conversaram um pouco mais e João afirmou não ser entregador e que tudo fora apenas uma coincidência. O gerente percebendo a proximidade do endereço e que João estava de saída para aquelas bandas mandou-lhe a pizza junto. Elle agradeceu e João partiu.
Novamente dentro de casa, pegou um vinho na geladeira, sentou-se e não colocou música. Queria saborear seu jantar em companhia da chuva. A chuva parou.
Para que a pressa, se tudo que queremos é está aqui. Para que mensurar o tempo disponível, se ele pouco importa. Deixemos que o tempo corra Nós não!
Nós não precisamos dele O nosso tempo é paralelo Ele flui ao nosso bel prazer Reflexo direto de nossas carícias e da intensidade de nosso afeto
Sua mão entrançada em minha nuca nossos olhos perplexos um no outro Ou quem sabe, perdidos dentro de suas pálpebras. O ar entrando e saindo através das narinas em conjunto com nosso desejo As nossas peles se moldando uma à outra Seu cabelo no meu rosto...
Isso é imensurável!
Não temos o tempo deles, nem o valor Você e eu estamos aqui juntos Isso é o que importa.
Um dia caminhando despreocupadamente fui abordado Ela numa fusão veio me envolvendo desde o peito até os pés e a cabeça Descia as mãos por minhas pernas, subia voraz desejando despir-me jogava-me contra a parede com seu corpo suspirava ao meu ouvido encostando os lábios na minha pele
Inebriei-me com o seu perfume, com o modo de me aquecer de dentro para fora, e como o mundo tornou-se mais acessível dali em diante. Tudo se completou em nosso último suspiro conjunto
Estático por tempo incerto, eu me mantive apenas apreciando o modo como tudo acontecera, como era bom sentir agora a presença dela em mim
Ao tentar iniciar nova caminhada outra moça chegou me abraçando fortemente pelas costas Era como um sussurro apaixonado ao pé da nuca ao mesmo tempo em que suas unhas arranhavam o meu peito e suas pernas envolviam meu quadril “Me leva!”
A perna dela pisou o chão junto com a minha em novo passo, as mãos desceram do meu peito em direção as minhas mãos Nós passamos a nos mover em conjunto até outro suspiro avassalador e a nova fusão
Assim, as duas moças convivem dentro de mim sem conflitos ou transtornos, mas num eterno e ébrio amor.
Nunca vou esquecer esse primeiro encontro com a Música e com a Dança.
VARCELLY
PS-> já que essas são as duas mulheres estão a trilha de hj combina bem com elas.^^
Não entendo porque tanto ciúme. Não venha dizer que não é! Qual outra razão geraria tais atos? Só porque é ela, você fica assim?
Parece irmão pequeno, só quer o que o grande tem! Se estou só, não aparece. Se ela chega, vem correndo falar comigo?
Logo eu que passei anos lhe fazendo companhia Passeamos juntos por várias casas e recantos Voamos sem olha pra trás durante todo o ano passado, agora você agi assim?
Deixa de passar na minha casa Deixa de passar no meu trabalho Deixa de passar nos meus pensamentos
Ah, Tempo, conversamos em outra hora.
VARCELLY
PS-> o Vídeo que segue é uma coreografia do FOURUM que fala justamente dessas "quebras" temporais. ^^ A música é da Mary J. Blige - Cant get enough.
Entramos de mãos dadas em meio à multidão Eu a puxava pelo braço e nos encaminhavamos apertados Andamos e andamos até uma clareira ótima para dois Um espaço de aproximadamente dois passos de raio nos permitia dançar tranquilamente Eu a olhava nos olhos reparando no seu cabelo olhar e boca Meus olhos ignoravam o fator de correção das lentes que usavam e tudo fora do círculo passou a ficar fora de foco Enquanto girávamos as pessoas se tornavam vultos como rabiscos rápidos de tinta num quadro abstrato
A música que tocava parou Dançávamos agora ao som não sei de que Nossos sapatos já não arrastavam mais no chão ou não faziam mais som disso Eu podia sentir a sua pulsação varrendo seu corpo o seu perfume tomando o ambiente e a cada rodopio que dávamos na misteriosa dança nova rajada se desprendia no ar
Parávamos de dançar Continuávamos a nos olhar As mãos se entrelaçavam agora num abraço nossas bocas se alinharam Nos aproximamos Os meus olhos se fecharam o ar parou Senti a pele do seu rosto Sorri Fomos embora
“Deus nos deu uma boca e dois ouvidos para que ouvíssemos mais e falássemos menos”
Ouvir muito nem sempre é algo tão divino assim quanto tal frase sugere. Lembra aquele assunto indesejado há tanto tempo, mas que sua mente, infeliz, presta atenção a cada palavra dele quando existe o menor sinal. Ou pior, quando aquela pessoa está falando e seu ouvido como um radar sonda as frases em busca do assunto indesejado para que ao fim do momento de fala dela, você possa respirar aliviado e pensar “uffa, não falou daquilo!”
O nome dessa função desgraçada de nosso sistema auditivo chama-se audição seletiva. O mundo desaba e seu ouvido só escuta o bendito assunto proferido pela boca do indivíduo sentado a três cadeiras da sua. É nessas horas que o bordão inicial do texto deveria ser invertido e quiçá, ampliado. Vejamos algumas opções:
“Deus nos deu 5 bocas e ½ ouvido para que nos enrolássemos e não ouvíssemos o assunto”
“Deus nos deu 80 braços para tapar 2 ouvidos e olhos no momento que previu a catástrofe auditiva”
“Deus nos deu 1 boca e 0 ouvido”
A melhor e mais prática:
“Deus nos deu uma boca e dois ouvidos para que ouvíssemos mais e falássemos menos, no entanto, nos deu 2 PERNAS e o livre arbítrio para que fugíssemos a passos largos do assunto indesejado”
Já faz tempo que não o vejo contemplativamente A não ser em ocasiões esporádicas e totalmente casuais
Já faz tempo que só penso e calo esses pensamentos nas cordas vocais do meu ser como num bojo de violão apático, ignorando as investidas de seu compositor
Já faz tempo que esse violão descansa, admirando as paisagens e os fatos, escrevendo ou definhando melodias paradas ou esquecidas nas prateleiras
Intercalados seguimos juntos e separados, criando diálogos imaginários Até o dia do desabafo consternado do alto de nossas moleiras de onde versos e crenças serão entoados
"Tentei falar, mas você não soube ouvir. Tente admitir."
VARCELLY
ps: a pergunta que não quer calar é: Quem DANADO é AMIM?!?!?! kkkkkkkkkkk ps/2: a foto do começo do texto sou eu e ele. ^^
Cinco anos. Foi esse o tempo exato. Havia trocado de cidade, passando por várias casas e não encontrando paz em nenhuma delas. Só no centro foram três. Uma com uma grande varanda e armadores embutidos onde elle descansava seu peso numa rede. Ah, quantas história passadas! Essa era azul e foi o mais próximo de um lar que possuiu, todavia, não llhe foi o suficiente, pois seu desejo mais freqüente era não só a rede, mas também, uma nega pra fazer cafuné. Aquelas vizinhanças careciam de qualidade nesse quesito.
O conjunto rede-nega é engraçado por vários motivos: primeiro pela rede. Quem desejaria uma rede quando poderia ter qualquer coisa? A rede tem um charme todo especial, muitas vezes, acompanhada de uma bela vista e de uma brisa agradável. No caso, a rede é o modo simples de dizer um todo. O lânguido balançar da varanda amarela, ninando o dono preguiçosamente deitado, a brisa batendo levemente contra a rede produzindo uma suave canção completada pelas ondas do mar.
A nega, segunda parte dessa fusão, não é a negra em si. Nega é mulher carinhosa, recíproca e charmosa. Aquela tantas vezes descrita e conhecida por Vinícius ou a cantada por Caetano em “você é linda”. Dona da curvatura perfeita para o corpo delle quando deitado e de pele tão macia que manter as mãos paradas em qualquer parte do corpo dela seria pecado mortal. Via nessa figura, rede-nega, um homem feliz, o qual invejava alvamente. Sendo assim, ter metade disso não era felicidade. Não tendo motivos para ficar, partia.
Outras tantas casas receberam sua presença, no entanto, por tempo limitado. Quando não faltava a nega a vista desfavorecia ou o vento era forte ou pior inexistiam armadores. Digamos, tratando-se de relacionamento, que flertou com todas e não namorou nenhuma. E surgiu então a pergunta: o que estaria faltando além da casa? Pergunta já anteriormente respondida, afinal se rede já havia só llhe faltava uma coisa. A nega!
Sua nova casa era de frente para o mar próximo ao amontoado de clínicas. Era um bairro residencial e comercial ao mesmo tempo, o Mirador. Com tamanha diversidade de hospitais ele pensou está bem precavido contra qualquer incidente e riu de seu gosto por segurança. Levemente desastrado como sempre fora, machucava-se inúmeras vezes, principalmente por gostar de ter objetos no chão e de estar no chão. No percurso do banheiro à cama, por exemplo, sempre feito durante o escovar de dentes, era um caminho inóspito. Num espaço de poucos metros tênis, meias, livros e cadernos se entrelaçavam.
A nova varanda enorme cercava toda a casa. O tamanho, apesar do aparente esplendor, era modesto. Seus móveis vieram numa só viagem do caminhão fretado. Ao final da tarde, com a nova residência organizada, andou lentamente pelos cômodos vendo a disposição final de cada um. Mesmo depois de tanto capricho, a varanda mantivera o título de melhor recanto.
Tirou a rede das últimas embalagens da mudança ainda fechadas e deslizou em direção a varanda, demorando-se de fronte à estante escolhendo o vinil. Nesse momento abandonou as incertezas e dissera não haver contestação, seria Noel.
A vitrola em atitude libertina, mal esperou o descase da agulha, lançara Noel pelas paredes preenchendo a totalidade do recinto. Elle riu. Adorava todas aquelas músicas que estavam por vir e conhecia as letras em cada gota de tinta daquele encarte. Com a rede em punhos continuou a odisséia à varanda agora mais anormalmente atrativa.
“Há tempo que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo.E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.É o tempo da travessia.E se não ousarmos fazê-la teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos” Fernando Pessoa
Ontem o vi no enterro Estava sóbrio elegantemente vestido Transparecendo um ligeiro ar de frieza
Entrou Sentou-se Parou horas a velar o corpo ali estático
A multidão que se empurrava na sala Parecia não ser empecilho a visão dele Talvez, olha-se sem os olhos
A sala repleta de murmúrios silenciou ao vê-lo levantar-se A aba do chapéu propositalmente baixa escondia-lhe os olhos, deixando a mostra apenas a boca, a qual estava sem nenhum rascunho de sorriso Sacou de sua roupa um punhal causando um estardalhaço entre os presentes O ar parecia ter fugido de todos
Então se dirigiu ao corpo retirou o chapéu,salvaguarda de suas feições, ergueu o punhal na altura de sua testa e de um único golpe abriu um talho em toda extensão de seu rosto
Alguns já haviam desmaiado nessa altura dos acontecimentos e outros insistiam em acompanhar tudo apáticos
Ergueu suas mãos, colocando-as no corte recentemente feito e separou as partes, puxando-as desde o topo
Seu novo terno era lindo, um leve tom de azul, tinha algo de celestial imperceptível ao leitor distraído Os olhos readquiriam o sorriso habitual e o chapéu já não os cobria
Pegou o seu antigo ser Realinhou-lhe as feições, que agora sorriam E o colocou junto ao corpo velado
Já parou para pensar como o mundo seria diferente se aprendêssemos primeiro a escrever do que a falar. Mas que proposta tola, o ato de escrever envolve muitas atividades motoras finas e cerebrais, é impossível. Amigo, peço que ignoremos tais minúcias fisiológicas e científicas e simplesmente abstraíamos.
O mundo teria poucos sons, a habilidade de interpretá-los estaria restrita apenas ao seres mais evoluídos intelectualmente. Consequentemente, a sensibilidade auditiva aprimorar-se-ia juntamente com a evolução da fala. Assim, os grandes gênios escritores de hoje, tornar-se-iam gregos oradores discursando para um grupo seletíssimo. Imagine, por exemplo, se ninguém em sua cidade tivesse o mesmo grau intelectual que você e fosse hábil para conversar. A solução? Talvez sair falando solitariamente. Nesse caso, não o chamariam de louco, quando passasse, erguer-se-iam papéis comentando “esse é um intelectual! Com “I” maiúsculo”.
Ao nascer o bebê receberia a tapa ecoante do médico, juntamente com os ruídos metálicos dos instrumentos que envolvem a profissão, e ao invés de um “buáááááá” estridente, ler-se-ia em letras trêmulas e fortemente grafadas com sangue maternal no lençol “AAAAI”. A família ficaria atordoada, entretanto, feliz com o bom desempenho do varão com as letras. Os pais chorariam ao ver o filho escrever o primeiro “P”, ou quem sabe o primeiro “D” ou “F”, para os ingleses. Já as mães, emocionar-se-iam a qualquer esboço de “M”, mesmo que o universo insistisse que aquilo tinha sido apenas um apoio no lápis sem querer.
Todos nas ruas andariam com blocos de anotações em mãos para se comunicar, ferramentas virtuais de comunicação, que utilizam texto, seriam vitais e não apenas diversão. Os adolescentes acoplados cada um ao seu palm top, digitando numa velocidade alucinante, impensável para um senhor de idade, sem contar que abreviando e reduzindo termos. Nesse mundo, coisas como “hauahçalkspahskejçalskdaspdhaserlakehriu”, tornar-se-iam notas de uma semana inteira de diário de uma jovem. O traço de cada letra possuiria um significado diferente, o mais grosso na letra h (hilário) definiria o quão engraçado foi o fato e daí por diante.
Caso estivéssemos ainda na época da ditadura, o governo mandaria soldados à paisana pelas ruas para verificar o que os meliantes subversivos planejavam. As coisas traduzir-se-iam, talvez, mais palpáveis, uma vez que haveria prova escrita sobre qualquer assunto e a “palavra de honra”, tornar-se-ia o máximo selo entre contratantes.
Nos parques existiriam mais latas de lixo do que bancos e as árvores seriam muitas, pois uma sociedade escritora pensaria mais antes de vomitar idéias e com certeza seria mais consciente, não só localmente, mas mundialmente.
Um dia uma formiga passeava pelo jardim de uma casa em busca do seu jantar. Depois de muitas buscas encontrou um grão de açúcar, guiada por seus instintos o levou até um lugar seguro para armazenamento. Ela descansou o grão no chão e começou a remover pedaços pequeninos de terra até criar um pequeno buraco. Nele depositou o grão e se alimentou.
Todo dia, a cada novo grão, ela cavava mais a terra e montes de areia iam surgindo em volto do local. O buraco cresce, os montes também, a quantidade de açúcar também, assim como a população.
Antigamente era possível ignorar a construção em meio à tão grandioso jardim, mas hoje ela é parte significativa do cenário e se chama Saudade.
Morreu no meio de uma noite fria onde eu debatia assuntos virtualmente Morreu do um choque Ou quem sabe, morreu de uma semente
Lançou seu último suspiro num tremor desajeitado, caindo da cama, despertando-me de um sonho e de um sono tão profundo
Abri os olhos, ainda atordoado, vi o fadeout da luz de seu visor rareando,rareando,rareando Se apago.
Pensei que ele tinha adormecido e voltei a dormir Ao amanhecer tentei acordá-lo em vão O botão que antes era verde e o despertava agora estava vermelho...
Pena terem arrancado o seu coração alimentador Pena que agora nossas conversas não têm assunto Pena não podermos mais usá-lo como conector Pena que com ele um pouco de mim morreu junto.
Obs-> Opa, tudo bem? To passando rapidinho aqui antes do post pra apresentar Elle, que é um personagem meu criado no ano passado e já com alguns textos. Pensei em criar um blog pra ele, mas a produção parou e a idéia também. Espero que gostem, porque assim eu me reanimo pra escrever sobre Elle.heheh Obs²-> Para postar comentário basta clicar em COMENTÁRIO, link encontrado no final da postagem, juntamente com autor,marcadores e opinião.
Eram três e meia da manhã de um dia qualquer da semana. Elle tentava continuar dormindo, entretanto a cama parecia insatisfeita com essa idéia. Nos últimos tempos à noite ela lhe dava dores nas costas. Estranho era isso não acontecer durante os cochilos vespertinos. A cama aparentava estar a esperar outro corpo no lugar do de seu dono.
Levantou-se com as costas doloridas. Não se espreguiçou, afinal objetivava continuar dormindo, se não na cama em outro lugar qualquer. O lençol já o cobria apenas parcialmente quando terminou de escorrer em direção ao chão, desnudando a maior parte do corpo. Noites de inverno depois da chuva, sinônimo de ausência de vento. Além da dor nas costas o calor também o fustigava, apesar da pouca roupa.
Andou em direção a cozinha sem acender uma luz sequer, não podia espantar o sono, as paredes o tangiam como cães-guia, lentamente nos seus momentâneos 80 anos ia arrastando os pés, por preguiça de levantá-los, e meio corcunda. Venceu o corredor e a sala e chegou à cozinha onde preparou um grande copo de água gelada. O seu corpo agradeceu cada gota.
De longe era possível vê-lo, jovem, agora esguio, ainda de olhos fechados, vestido apenas de seu short, saboreando os poucos mililitros de água ainda presentes em seu copo. As últimas gotas adormeceram nos lábios. Uma mais audaciosa escorreu pelo canto, fez a volta no queixo e não agüentou ir muito mais longe, morreu no pescoço.
Enfim, problemas solucionados? Não! Pelo contrário. Sim, suas costas deixaram de doer, uma vez concluído o afastamento da arqui-inimiga cama. O calor estava amenizado. Porém, a mesma que cura é a própria doença, a água o despertou e trouxe algo muito pior, os devaneios.
Parou para pensar e já era tarde, não havia mais para onde correr, a moça estava estabelecida, com casa, roupa e um gasto mensal de quinhentos reais de feira. Complicado. Por um momento se arrependeu de ter saído da cama para molhar os lábios, sucumbido por um pensamento repentino sussurrou: amanhã hei de molhar os lábios dela.
Esperou o dia amanhecer e marcou hora com a psicóloga, aquilo era anormal e tinha de resolver rápido. Tomou banho, vestiu-se impecavelmente como de costume, alguns jatos de um perfume marcante e, pronto, estava na rua. Desceu a pé três quadras e cruzou avenidas, aproximadamente quinze minutos depois chegou. A aparência continuava impecável, o sol havia dado uma trégua e, visando ter o máximo de tempo possível para sua terapia, Elle marcou a consulta bem mais cedo do que o usual. A terapeuta recebia os pacientes em casa e aceitou passivamente o horário, apesar de achá-lo excessivamente matinal.
Apresentou-se no portão ao porteiro, o qual após um telefona à doutora, deixo-o subir. Andava em direção aos elevadores enquanto o porteiro conversava com outro funcionário do prédio acerca da convicção daquele rapaz ao entrar no prédio, a certeza era tanta que transparecia no andar.
O tempo parecia não passar e o mostrador retroceder, ampliando a ansiedade. Enfim o estalo tão esperado. A porta se abre. Décimo segundo andar. O hall é espaçoso e repleto de poltronas de espera. Já conhecia tudo ali, passara um tempo consultando-se com ela, nenhum grande problema, era mais para ter com quem conversar livremente. Algo como “se não confia em ninguém pague por confiança”. Tocou a campainha.
Ela estava linda como de costume. Era grande a intimidade dos dois, por isso ela já não o recebia mais tão formalmente. Olhou-a, sentiu os traços finos de seu perfume, existia uma janela do lado oposto à porta de onde vinha a brisa carregadora do perfume dela. Abraçaram-se e novamente ele a olhou. Sentaram-se na sala. Ela pegou copos d’água e biscoitos. Em seguida, o interrogou sobre a razão de sua volta, já que combinaram de sua alta há tempos atrás. Elle sorriu e se sentou no chão onde costumavam realizar um tipo de dinâmica para relaxar antes da consulta. Ela de pronto sentou-se também e começaram o jogo.
Depois de dez minutos repletos de sorrisos. Elle levantou e lhe estendeu a mão. Segurou-a pela cintura e pela mão e endireitou a postura de ambos. Ela sorriu, não entendia muito a razão daquilo na sala. Enquanto ela estava imersa em pensamentos, puxou-a contra o corpo e seus rostos estavam agora em contato. Ao tentar colocar a mão na cintura de seu parceiro ela a descansou no cós da calça dele, Elle em meio a sorrisos disse que aquilo era assédio. A mão dela terminou de descer. Elle descansou a cabeça no ombro dela e os lábios em seu pescoço e subiu em direção a boca enquanto a postura de ambos se desarmava...
Nos últimos tempos, tudo estava sob controle ou eu fazia o possível para que assim fosse, desde o mais longínquo horizonte Até a mais banal das decisões queria cada centavo, cada segundo visível, por todas as cartas na mesa, cogitando as possíveis futuras jogadas uns três passo à frente Como arrumar todas as músicas no mp3 e conduzi-las a meu bel prazer
Não preciso mais disso Estou reaprendendo suavemente o prazer do inesperado, de não está no controle, de ver o que alguém pode me trazer
O que eu ganhei? Duas rádios novas O que posso vir a ganhar? ...segredo...
Perdi minha voz em alguma esquina distante Perdi meu olhar em alguma curva do teu corpo E o meu tato de tanto tatear em busca de algo
Perdido também está meu paladar Só Deus sabe onde ele anda Minha audição, então, nem se fala Não ouço nada há anos
Perdi meus pertences na minha mala Perdi a minha mala em casa E a casa no bairro
Perdida também está minha métrica E só Vinícius seria capaz de me ensinar sonetos Mas nunca me ensinaria a viver a fonte deles Eu me perderia na realidade da composição E seriam apenas versos vazios
Perdidos não estão, no entanto, esses versos Que mesmo sem métrica Ou sentido Encontram a fonte deles E não foi um grande poeta que os ensinou isso Mas sim, o poema vivo que és.
VARCELLY
PS: Opa, estamos finalmente de volta! ^^ Bom voltar a postar depois de tanto tempo. As férias foram maravilhosas graças a Deus e trouxeram algumas novas idéias e histórias. Espero que gostem da nova temporada do blog. Beijos e abraços.
Voltei de novo. Mas ainda não definitivamente.kkkkkkkkk Venho só avisar que devo tá voltando mesmo no começo das aulas,pois vou viajar agora nos próximos dias. A novidade é uma lista de reprodução com todos os vídeos do blog até agora. Também farei isso pra esse ano, ou seja, caso não tenha uma lista boa de músicas pra ouvir é só pegar o link da nossa e fazer a festa. hauahaua abraços e beijos. Bom resto de férias.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Olá, estou aqui de passagem só para informá-los que todas as postagens do ano passado foram reunidas num marcador chamado (livro I - superfície). Ele basicamente mostra a região de contato com outras pessoas, tendo também traços de reflexões e até de brincadeiras. Dos antigos marcadores deixei visíveis apenas os "+ comentados" e a minha seleção (seleção do autor), porém os outros ainda estão funcionando e podem ser acessados por links ao final de alguns textos.
A partir de agora todos os novos marcadores serão os "capítulos" da nova fase do blog. Vou me empenhar para que ela seja melhor do que a primeira e que alguns erros sejam corrigidos. ^^
Espero continuar os vendo por aqui. Um 2010 cheio de alegria e paz para todos. =D