
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
Manuel Bandeira
Encanto
Eu faço versos como quem chora
De devaneio... de dez encantos...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de riso,
Riso de tanto...
Meu verso é sangue. Ternura ardente...
beleza que passa...e os remorsos vão...
Acende-me nas veias. Amado e quente,
Preenche, gota a gota, o coração.
E nestes versos de fantasia louca
Assim dos lábios a vida se forja,
Deixando um doce sabor na boca.
- Eu faço versos como quem goza.
VARCELLY
Ps-> Essa texto, que é uma heresia (Bandeira é um dos meus poetas preferidos e esse foi o primeiro texto dele que gostei),marca o fim da temporada 2009 do blog. hehe Sinceramente, nunca imaginei que chegaria a tanto. Mais de 2500 acessos, 65 textos, muitos comentários e brincadeiras. Compartilhar meus textos e pensamentos com vocês foi além de uma diversão uma honra e agradeço a todos que tiveram a paciência de ler. Agora vou dar um tempo e voltar provavelmente no começo de fevereiro com muitas histórias e linhas de raciocínio duvidosas. kkkkkkkkkk A não ser que eu não aguente e volte antes. Cheiro grande para as mulheres e abraço para os homens. Feliz natal e ano novo. ^^
VARCELLY